quarta-feira, 19 de junho de 2013

Trecho: Barra de São Francisco X Águia Branca.


  • Visualização no mapa.
  • Estrada - Asfalto liso, de boa qualidade, praticamente sem remendos proporcionando uma viagem confortável. Atenção redobrada com carretas de transporte de granito.








  • Monte Senir.





  • Boa Vista.




  • Estádio de Futebol do time Real Noroeste.





  • Trevo para o acesso à Guararema, Cristalina e Cedrolândia.





  • Chegada à sede do município de Águia Branca.




  • Casa Polonesa, na cidade de Águia Branca.


  • Texto de Altair Malacarne.

SEM DINHEIRO – I

A capitania do Espírito Santo  teve um parto generoso, com terras que pegavam boa parte das terras de Minas Gerais e iam até o interior de São Paulo; com o tempo e por razões diversas, ficou reduzida a pequeno espaço, e, um pequeno território cortado quase ao meio pelas águas do grande rio Doce, o que, juntado a um espírito de caranguejo de nossos dirigentes condicionou-nos num "curral" ainda menor  que o estado de Sergipe; até 1920, o Espírito Santo se resumia ao sul do estado praticamente, sendo o norte um ‘sertão desconhecido’ onde penetravam baianos e mineiros para estabelecimento de suas posses. Possível razão para redução ainda maior de nossas terras.

Então, em 1925, Florentino  Avidos (um  engenheiro  fluminense, casado co uma MONTEIRO de Cachoeiro de Itapemirim,  eleito para ‘presidente' do estado), aproveitando um momento de boas safras de café no sul do estado,  inicia uma ponte  sobre o rio Doce em Colatina,  de quase mil metros de comprimento; a ponte é inaugurada em 1928, com 6/7 quilômetros de linha férrea construídos do lado norte. Mas aí ocorre o ‘crack’ da bolsa de Nova York; e estado fica sem dinheiro; e para piorar, em 1930, o novo ‘presidente’ do estado, Aristeu Aguiar, é defenestrado pela revolução getulista de 1930; é nomeado um mineiro como Interventor, o capitão João Punaro Bley.

Bley enfrenta o ‘inferno verde’ do norte, e, atravessa um ‘varadouro’ entre Colatina e Nova Venécia, onde os Cunha, descendentes do Barão de Aimorés, tinham suas fazendas na Serra de Baixo e Serra de Cima; sem dinheiro para abrir uma frente de penetração, e, certamente temendo a ousadia dos poderosos vizinhos mineiros, ele age no princípio do escambo: troca com os madeireiros  a abertura de uma estradinha precária pelo aproveitamento da  madeira (especialmente a peroba)  derrubada pelos colonizados pioneiros; foi assim que o estado do Espírito Santo, sem gastar um tostão (não tinha recursos), conseguiu abrir, entre 1930 e 1934, uma estradinha carreteira passando por São Domingos até Montes Claros, onde havia uma colônia de imigrantes poloneses, introduzidos nas matas do norte para barrar a penetração mineira. Nesta tarefa de abertura de caminho, alguns nomes de madeireiros podem ser lembrados: Ciro Medeiros (pai do jornalista Rogério Medeiros); Ciro Pitanga; João Frechiani; Pedro Santana (Pedro ‘Leão’); um tal ‘Mirandinha'; mas, aí, a madeira de lei ficou distante; não compensava mais. A carretas pararam; os serviços de abertura de estrada pro norte do ES, na  hileia capixaba,  só iria recomeçar em 1938.

Altair Malacarne 12.06.2013

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