- Visualização no mapa.
- Estrada - Asfalto liso, de boa qualidade, praticamente sem remendos proporcionando uma viagem confortável. Atenção redobrada com carretas de transporte de granito.
- Monte Senir.
- Boa Vista.
- Estádio de Futebol do time Real Noroeste.
- Trevo para o acesso à Guararema, Cristalina e Cedrolândia.
- Chegada à sede do município de Águia Branca.
- Casa Polonesa, na cidade de Águia Branca.
- Texto de Altair Malacarne.
SEM DINHEIRO – I
A capitania do Espírito Santo teve um parto generoso, com terras que
pegavam boa parte das terras de Minas Gerais e iam até o interior de São Paulo;
com o tempo e por razões diversas, ficou reduzida a pequeno espaço, e, um
pequeno território cortado quase ao meio pelas águas do grande rio Doce, o que,
juntado a um espírito de caranguejo de nossos dirigentes condicionou-nos num
"curral" ainda menor que o estado de
Sergipe; até 1920, o Espírito Santo se resumia ao sul do estado praticamente,
sendo o norte um ‘sertão desconhecido’ onde penetravam baianos e mineiros para
estabelecimento de suas posses. Possível razão para redução ainda maior de
nossas terras.
Então, em 1925, Florentino
Avidos (um engenheiro fluminense, casado co uma MONTEIRO de
Cachoeiro de Itapemirim, eleito para
‘presidente' do estado), aproveitando um momento de boas safras de café no sul
do estado, inicia uma ponte sobre o rio Doce em Colatina, de quase mil metros de comprimento; a ponte é
inaugurada em 1928, com 6/7 quilômetros de linha férrea construídos do lado norte. Mas
aí ocorre o ‘crack’ da bolsa de Nova York; e estado fica sem dinheiro; e para
piorar, em 1930, o novo ‘presidente’ do estado, Aristeu Aguiar, é defenestrado
pela revolução getulista de 1930; é nomeado um mineiro como Interventor, o
capitão João Punaro Bley.
Bley enfrenta o ‘inferno verde’ do norte, e, atravessa um
‘varadouro’ entre Colatina e Nova Venécia, onde os Cunha, descendentes do Barão
de Aimorés, tinham suas fazendas na Serra de Baixo e Serra de Cima; sem
dinheiro para abrir uma frente de penetração, e, certamente temendo a ousadia
dos poderosos vizinhos mineiros, ele age no princípio do escambo: troca com os
madeireiros a abertura de uma estradinha
precária pelo aproveitamento da
madeira (especialmente a peroba)
derrubada pelos colonizados pioneiros; foi assim que o estado do
Espírito Santo, sem gastar um tostão (não tinha recursos), conseguiu abrir,
entre 1930 e 1934, uma estradinha carreteira passando por São Domingos até
Montes Claros, onde havia uma colônia de imigrantes poloneses, introduzidos nas
matas do norte para barrar a penetração mineira. Nesta tarefa de abertura de
caminho, alguns nomes de madeireiros podem ser lembrados: Ciro Medeiros (pai do
jornalista Rogério Medeiros); Ciro Pitanga; João Frechiani; Pedro Santana (Pedro
‘Leão’); um tal ‘Mirandinha'; mas, aí, a madeira de lei ficou distante; não
compensava mais. A carretas pararam; os serviços de abertura de estrada pro
norte do ES, na hileia capixaba, só iria recomeçar em 1938.
Altair Malacarne 12.06.2013
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